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2006

Era uma vez...

Num insondável dia do mês de Junho de 2006 Zézé Ruivo lembra-se, sabe-se lá porque artes premeditativas, de desafiar o Paulo Ruivo para fazerem juntos de bicicleta o lendário Caminho Português de Santiago - dizem as más-línguas que o Zézé Ruivo queria aproveitar a experiência recente que teve com uns amigos para dar uma abada ao titio. Isso são contudo más línguas e delas não (deve) reza a História.

Como sempre o Paulo Ruivo não vira costas ao desafio (desaforo?) e, juntamente com o zézé, o António Sotto Mayor (Montana) e o Rui Alves faz-se a caminho. As velhas máquinas que jaziam sobre o pó das garagens renasceram então para uma nova e inesperada vida de aventura.

Estava involuntariamente lançada a semente que fez desabrochar os Amigos de Pedal. O terreno revelou-se fértil e o grupo não mais parou de crescer em número, amizade, divertimento e organizações.

Registo particular para a primeira jornada dos caminhos, onde foram percorridos uns loucos 28 Kms, entre S. Pedro de Rates (Póvoa de Varzim) e Tamel (Barcelos). Na segunda etapa, já com os músculos reactivados, o número subiu para uns impressionantes 32 Kms, percorridos entre Tamel e a Capela de Stª Cristina, em Ponte de Lima. As jornadas eram feitas por etapas e as viagens para a jorna asseguradas pelo Luís e pela sua inesquecível Ford Transit.

Entretanto, logo após as primeiras etapas, o grupo começou a crescer com as entradas do António Alves (Né) e do José Agostinho.

Após uma paragem para férias, merecidas diga-se de passagem, as etapas não mais pararam de se fazer até transporta a Porta Faxeira que marca a entrada do caminho português em Santiago. Nessa altura já alinhavam de quando em vez o Miguel Las Casas, o Rui Batista e o Paulo Rodrigues.

As raízes estavam já bem firmadas e a partir daqui foi só deixar crescer a árvore, naturalmente e com muito carinho.

Os passeios ao sábado pelos montes de Vila Nova de Famalicão tornaram-se uma deliciosa rotina e revelaram paisagens concelhias nunca anteriormente descortinadas. A mobilização era conseguida por um simples pasquim enviado por e-mail.

2008

Entretanto, ano novo, vida nova. A partir de Janeiro de 2008 o grupo começa a crescer em número de elementos e de aventuras. Apareceu primeiro o Vitor Moreira, depois o Chico Carvalho, o Miguel Campos, o Carlos Coruja, o Antonio Couto e o Rui Teixeira.

Já em Dezembro com o passeio ao trilhos Cistercienses (Terras do Bouro) o grupo dá novo salto quantitativo e qualitativo. Aparecem alguns dinossauros famalicenses do BTT como o Rui Amaral, Toni Sá e Melo e o Francisco Pereira (Tamico). É também aqui que pela primeira vez aparece o Paulo Ministro, conhecido fotógrafo do meio betetista.

Aqui chegados, já a confiança era um dado adquirido. Por isso, foram sendo várias as participações em maratonas e raids e muitos os passeios promovidos nas mais diversas cidades como, por exemplo, Barcelos, Póvoa de Varzim, Terras do Bouro, Penafiel, Vila do Conde, Esposende, Fafe, Viana do Castelo, Gerês/Xurês, Mira, Albergaria-a-Velha, Ponte de Lima, Paredes de Coura.

E foi num desses emblemáticos passeios, em Março, à St.ª Marta das Cortiças, em Braga, que aparece esse monstro do BTT, a 1º divisão dignava-se a pedalar com os Amigos do Pedal: Jorge Moniz.

A seguir associa-se o Paulo Bia, o Alexandre Araújo, o Carlos Araújo o Berto e um nunca mais parar de novos amigos.

É também em Março que as nocturnas mudam de lugar. Continuam às quartas mas a convergência muda para o Zé Caffé , onde o exercício se transfere das pedaladas para as braçadas – aquelas que exige o movimento de transportar os copos da mesa à boca.

Com a chegada do Jorge Moniz abriu-se também uma nova aposta do grupo: as inesquecíveis rotas. A primeira foi a umas das mais belas maravilhas naturais de Portugal, Corno de Bico, em Paredes de Coura. Na memoria de alguns, o peso de consciência pelo não desfrute total da paisagem, pois aos fim de 10 Km o empeno já era um dado adquirido. Para outros, e para azar deles, o problema foram os últimos 6 km, precisamente aqueles que foram percorridos na maior mancha florestal de carvalhos da Europa.

2010

Já em 2010, acontece a primeira grande organização aberta dos Amigos do Pedal. O Passeio do Rojão realizou-se em 24 de Janeiro e, inesperadamente, contou com a presença de mais de 600 betetistas. Foi bonito de se ver.

Continua...

E continuou com uma dinâmica tal que 2010 acabou por ser o ano de afirmação da associação nos meio betetista nacional.

Não era essa a intenção inicial, mas, como toda a criança que nasce e que a partir de determina altura voa sozinha, escapando às intenções iniciais dos seus progenitores, também a nossa associação pôs-se a caminho.

Em termos mediáticos, os grande marcos do ano foram as organizações da Maratona de Famalicão e das 24 Horas de BTT.

A primeira prova realizou-se no dia 20 de Junho e foi feita em conjunto com outras associações de Famalicão de BTT e contou com a presença de mais de seiscentos atletas, naquela que foi seguramente uma das maiores festas bettetistas de sempre organizadas no concelho e na região.

Já as 24 Horas BTT tiveram lugar a 11 e 12 de Setembro, no Louro, e foram da exclusiva responsabilidade dos “Amigos do Pedal”. Aí cerca de 500 atletas disputaram entre si a vitória final, enquanto milhares de pessoas foram passando pela Quinta do Outeirinho, associando-se a 24 horas “Non-Stop” de pedaladas, animação e divertimento. O salto para as páginas da imprensa internacional diz bem do sucesso da organização, altamente elogiada por atletas, público, patrocinadores e comunicação social.

Tal sucesso contudo só foi possível porque “Os Amigos do Pedal” souberam respeitar o seu próprio código genético e não se esqueceram de se divertir, e muito, tal como no princípio.

Os Passeios do Rojão e da Neve, ao Alvão, logo em Janeiro anteciparam um ano de muitas pedaladas, acompanhadas como sempre, de muitas emborcadas – Super Bock de preferência.

Referência também muito especial em 2010 para as duas jornadas solidárias promovidas e muito participadas, o Jantar de Reis onde reunimos alimentos para o Centro Social de Riba D’ Ave, e o Passeio Solidário de Natal onde recolhemos alimentos e brinquedos para as crianças da Casa Giestais da Associação Teatro Construção. Neste capítulo nota também para o facto de parte da verba das inscrições da Maratona de Famalicão terem sido canalizadas para ajudar a equipar a maternidade do Hospital de Vila Nova de Famalicão com um aparelho portátil de emissões oto-acústica.

Também a dimensão ambiental esteve presente durante 2010, muito concretamente através da nossa entusiástica e forte adesão ao movimento “Limpar Portugal” e à “Caminhada pelo Clima”.

Ao nível dos tradicionais e refrescantes passeios de BTT, referência espacial para a jornadas que nos levou a repetir os Caminhos de Santiago com 33 amigos e desta vez em jornada continua, de 03 a 05 Junho, e para as rotas de Mizarela e da Serra Amarela, em Fevereiro e Março respectivamente, que nos desvelaram paisagens verdadeiramente deslumbrantes.

Entretanto continuaram os “Passeios dos Casais”, os testes às novidades que as principais marcas internacionais deitaram cá para fora em termos de máquinas, desta vez alargados ao downhill e à estrada, e as semanais nocturnas que chegaram a registar a presença de mais de duas dezenas de ciclistas e de outros tantos esponjas (mais uma vez culpa da Super-Bock, pois claro).

O atletismo foi também componente importante em 2010, com um bom número de amigos a arriscar a participação, honrosa diga-se, no 1º Duatlo BTT da Póvoa de Varzim e no Famalicão-Joane em atletismo.

Surpreendente foi ainda a germinação de uma espécie de clube de fás de singlespeed dentro do grupo, com Paulo Ruivo e Jorge Moniz à cabeça, e de um outro núcleo disposto às grandes estiradas de estrada, os mesmos protagonistas à cabeça, mas aqui secundados por mais adeptos, como o Rui Alves e o Paulo Machado.

O 230 kms que separam o Porto de Fátima, e que Paulo Ruivo fez questão de realizar, foram só um aperitivo do que aí há de vir. Haja pernas para isso, que vontade não falta, assim como amigos que não param de chegar, conquistados pela Boa Onda que existe no grupo e cuja fama não para de surpreender os próprios fundadores.

Um ano em cheio portanto, a antecipar grandes momentos para 2011.

Venham eles.

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